Gilberto Gil: 26 de junho de 1942
(...) Frequentemente acordo às sextas-feiras e penso:
hoje é sexta, eu deveria usar branco, como é de
uso no Candomblé.
Hoje preciso honrar meus ancestrais.
Não raro, porém, também digo: não.
Prefiro então usar preto, quando se espera
branco de mim.
E que seja apenas para mostrar que a regra
é a exceção. É bom, de tempos em tempos,
negar a sua própria crença, seus desejos,
seus deuses.
As religiões têm para mim um valor cultural.
Aí reside seu bem.
(...) Uniformismo é o princípio dominante
de nosso tempo. Na uniformidade globalizada
é especialmente importante termos em mente
quem realmente somos.
Um de meus maiores sonhos é que floresça,
no Brasil, de toda a diversidade de correntes,
religiões, grupos populacionais e culturas,
que vivem em nossa terra, uma identidade
comum.
Eu desejo uma identidade que reconheça
a diversidade como valor. Esta, no fundo, é
uma tarefa diante da qual toda a humanidade
se encontra.
Visto por esse ângulo, o Brasil é um país muito atual..."
Gilberto Gil
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