sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sem liberdade para ousar…








Numa pequena granja, havia um frango que se destacava dentre todos os outros pela coragem, pelo espírito de aventura e pela ousadia. Andava por onde queria, mas o dono não apreciava suas qualidades.



Um dia, vendo que nada o segurava dentro da granja, resolveu puní-lo. Fincou um bambu longe da granja, no meio do pomar, arrumou um barbante e amarrou o frango. De repente, o mundo tão amplo que a ave tinha foi reduzido a uma distância à qual o barbante lhe permitia chegar. De tanto andar nesse círculo, a grama, que era verde, foi desaparecendo e ficou somente a terra.


Depois de um tempo, o dono acreditou que o castigo já estava dado, pois o frango, que era tão inquieto e audacioso, havia se tornado pacato e desinteressado. Então, cortou o barbante que lhe prendia o pé e o deixou solto. Agora estava livre, poderia ir aonde quisesse. Mas, estranhamente, o frango mesmo solto não ultrapassava o limite que lhe havia sido imposto. Só ciscava e andava dentro do círculo que criara. Olhava para o lado de fora, mas não tinha coragem suficiente para se aventurar e sair do seu espaço. Preferiu ficar do lado conhecido. Com o passar do tempo, envelheceu e ali morreu.




Esse pequeno texto pode servir para pensarmos em várias situações…




Pais podem pensar na educação que dão aos seus filhos. Será que estão incentivando seus filhos a ousar e a descobrir novos horizontes ou só fazem reclamar e tolher a criatividade e ousadia deles?




Empregadores podem pensar no relacionamento que têm com seus empregados. Será que alimentam na mente dos empregados a ideia de que eles são parceiros e os estimulam a aprimorar e a reinventar os valores da empresa?


Cônjuges e namorados podem pensar em suas relações com seus parceiros. Se eu me apaixonei por ela assim, livre, leve e solta, que mais parecia uma linda ave a me enebriar com o seu bater de asas ao vento… se me apaixonei por ela assim, por que hoje insisto em tê-la presa em uma gaiola sufocante que tolhe a liberdade dela ser quem é e a impede de cantar e brilhar como só ela consegue fazê-lo?




Reflitam sobre isso… Lembrem-se que sem liberdade para ousar, sem liberdade para ser quem se é, a vida se torna monótona, sem entusiasmo, desinteressante.




Cirilo Veloso Moraes.



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