quarta-feira, 16 de maio de 2012

‎Digo que não vou chorar, mas choro


‎"Digo que não vou chorar, mas choro.
Choro quando meu limite de sentir dor extravasa, quando minha 
capacidade de suportar vai além das minhas forças, quando a 
garganta sufoca com gritos e se fecha com muitos nós.
Digo que não vou chorar, mas choro, porque sou impotente 
perante as dores do mundo, porque não consigo o ruim melhorar.
Choro para aliviar meu peito, para nos outros acreditar.
Choro porque às vezes me entrego e perco a garra para lutar.
Choro pelas saudades que não consigo matar.
Choro porque não me entendem e não me deixam explicar.
Digo que não vou chorar, mas choro, pelas injustiças que vejo, 
pelas dores de todos os peitos, pela fome, pelas guerras, pelas 
doenças de nossa terra.
Digo então que não vou chorar, mas choro, por não concordar, 
não aceitar, não me conformar, que algumas pessoas preferem 
se odiar a se amar!"

Maria Knop



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