Hoje eu não queria muito. Talvez, só mais um poema que levasse embora esse nosso desamparo.
Algo que nos parasse e colocasse uma vírgula dentro dessa intensidade tão carente de nós.
Não queria muito. Talvez um punhado daquela calmaria bonita que minimiza a dor do cansaço.
Desistir de tudo o tempo todo esfola, afoga todos os bons verbos, todos os bons ventos.
Hoje eu não quero tanto, só alguém pra calar todos os meus desânimos.
É que quando a nossa palavra percorre um caminho tão distante, eu fico assim,
cheia de vazios habituais.
Meus predicados não comovem, dormem. Meus silêncios amanhecem pontuais.
E talvez, hoje, eu queira voz.
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